“Morei por quatro anos num lugar chamado Vila dos Cabanos, também conhecido como a Nova Barcarena, distrito do município de Barcarena. Quase todo mês eu ia com a minha mãe para Belém, fosse para visitar os parentes ou somente para comprar aquelas coisinhas que a gente só encontra na capital.
O barco era grande, tinha dois andares e saía do porto rumo a Belém sempre naquele vento constante. Durante a viagem, que levava em torno de 1h10min, passávamos por diversas ilhas e, nessas ilhas, eu podia ver aquelas casinhas lá ao longe, no meio da mata, longe de tudo. Ficava me perguntando sobre como seria a vida das pessoas que ali moravam, se eram felizes... Nunca consegui entender como aquelas pessoas preferiam morar no meio do nada a ficar em um centro urbano. Hoje em dia, obviamente, meu pensamento já mudou. Algo que eu adorava ver eram aquelas enormes torres de energia que atravessavam os rios. Achava aquilo uma coisa fantástica, linda. (Rudá Frias, “Crônicas da Cidade Morena”)
O cronista diz que “obviamente” seu pensamento, hoje em dia, mudou. Por que, para ele, isso é óbvio?
“De vez em quando, aquelas canoas passavam ao lado do barco grande, os ribeirinhos ficavam acenando e as pessoas retribuíam o aceno – é algo bastante único, que talvez só seja encontrado na região amazônica.” (Rudá Frias, “Crônicas da Cidade Morena”)
O comentário do narrador destaca uma cena comum na região, atestando
“A homologação da terra indígena Cachoeira Seca pode ajudar a frear o desmatamento no norte da região conhecida como Terra do Meio, no oeste do Pará. É o que espera o secretário executivo do Instituto Socioambiental (ISA). O governo federal homologou esta semana a demarcação da terra indígena e destinou a posse permanente e o usufruto exclusivo da área aos índios Arara. O território de mais 730 mil hectares está localizado nos municípios paraenses de Altamira, Placas e Uruará.” (GAZETA DE SANTARÉM, 09 de abril de 2016)
A notícia dá a entender que existe uma relação direta de causa e efeito entre
“Foi tranquilo o movimento de saída da cidade, na manhã do feriado de ontem, no Terminal Rodoviário de Belém e na Praça da Leitura, em São Brás. Na Praça, das 5 às 8h30, 12 ônibus haviam saído com lotação entre 30 e 40 passageiros e o 13º ainda aguardava por usuários para sair, perto das 9h. Não havia fila. No terminal, a única empresa a registrar uma pequena fila no guichê era a Sucesso, com linhas para cidades do nordeste paraense, como Marudá, Marapanim, Curuçá, Abade, Cristolândia, São João da Ponta e Vigia. Segundo um dos vendedores de bilhetes, os municípios mais procurados na manhã desta sexta eram Marudá (28 reais), Curuçá (24 reais) e Vigia (16,50). A expectativa era de que houvesse melhora no movimento, pela parte da tarde, devido ao fluxo natural de pessoas que trabalham em Belém durante a semana e normalmente voltam para casa em suas cidades de origem todas as sextas-feiras, no final da tarde.” (O LIBERAL, 23 de abril de 2016)
Da leitura atenta da notícia, depreende-se que
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